domingo, 30 de setembro de 2012

Nos Zig Zags da vida

 


 

“Desde pequena, a moça costumava conviver com tecidos, tesouras, linhas e agulhas de diversos padrões e cores. Sua mãe, exímia costureira, sustentava toda a família com trabalho e honestidade.
A moça casara-se com um frio empresário, que gastava muita energia com os negócios e dava muita importância ao que ela nem sempre achava essencial.
Já estava acostumada a ver o marido cortar os passeios com os filhos por almoços de negócios, ou falar em muitos cortes, mudanças precipitadas...Isso sem falar nas inúmeras vezes em que ela foi cortada ao tentar argumentar, ao tentar discutir problemas cotidianos...

Numa rara noite em que estavam todos em casa, o caçula começou a implicar com o irmão. O pai, que estava sempre ocupado, detestava barulho e sem querer ouvir ou entender a situação, mandou os dois para o quarto, sem conversa.
Vendo o acontecido, a mulher pegou a sua caixinha de costura e chamou o marido.
Contra a vontade, mas vendo que não tinha escolha, o marido seguiu o chamado da moça, sentou-se ao seu lado e ficou olhando os retalhos, a agulha, a tesoura e os carretéis, sem entender nada...


- Meu bem, para que serve a tesoura? – perguntou a mulher
- Para cortar, aparar...
- E a agulha?
- Para costurar, ora! – respondeu o marido
- Você consegue fazer uma colcha de retalhos só cortando?
- Na verdade, não faria de jeito nenhum, não sei costurar, lembra?
- Não estou brincando! – disse a mulher - Você já viu ou soube de alguma costureira que costura sem linhas e agulha, só com a tesoura?
- Não, claro que não.
- Minha mãe falou um dia, quando meu pai nos deixou, que nossa família era como uma colcha de retalhos. Cada um de nós era um retalho colorido. Para que a colcha fique sempre bonita, precisamos usar a agulha e as linhas.
- E daí?
- E daí que você só sabe usar a tesoura. Corta nossos momentos de lazer, corta nossas conversas, corta o diálogo com as crianças. Você só separa, separa...
- Eu?
- Sim. Aprenda a unir a nossa família. Aprenda a unir o seu trabalho com a gente, unir os seus amigos aos meus...Talvez um dia você perceba que nos cortou da sua vida, e então será tarde demais.

O marido nada disse, sinal de que ia pensar e refletir. Mudanças demandam tempo.
Dali uma meia hora, o homem entrou no quarto de seus filhos, e lá junto deles, a mulher costurava uma linda colcha de retalhos. Ele uniu-se aos três e os levou para jantar.”

Que tal começarmos o fim de semana refletindo sobre o que estamos cortando e sobre aquilo que devemos costurar?

Um ótimo final de semana!
 
 
 
Extraído na íntegra DAQUI !

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