domingo, 20 de maio de 2012

O Fruto do Espirito e...




Domínio Próprio

Não podemos esquecer, como tenho repetido aqui, que a vida cristã é aquela vivida no Espírito Santo. Na verdade, a vida cristã só é possível no Espírito. Fora dEle, nossa vida é como a de qualquer pessoa.  Entre as virtudes cristãs, elencadas pelo apóstolo Paulo, está a do domínio próprio. Quando relaciona as qualidades de um cristão, Paulo inclui o domínio próprio (Tito 1:8), junto com hospitalidade, benignidade, sobriedade, justiça e piedade. O apóstolo Pedro segue na mesma trilha, colocando como uma das virtudes a ser buscada pelo cristão, ao lado do conhecimento, da perseverança e da piedade. (2Pedro 1.6) Esta é uma palavra bastante problemática para nossa geração, acostumada à idéia de que a felicidade decorre do desprezo à idéia de disciplina e auto-controle. Colocando esta escolha em outros termos, podemos dizer que, para boa parte das pessoas, se a escolha for entre felicidade e autocontrole, talvez ouçamos alguém se dizer cansado de autocontrole e que agora pretende viver a vida com toda a sua adrenalina. Prevalece a idéia que autocontrole e alegria são incompatíveis No entanto, a Bíblia nos adverte a não permitir que o pecado tenha domínio sobre nós (Romanos 6.14), já que não estamos mais debaixo da lei, que nos leva a produzir, mas sob a graça, que nos deve levar a frutificar, além do domínio próprio, em alegria, amor, benignidade, bondade, fidelidade, longanimidade, mansidão e paz.

Pergunta: Você se acha uma pessoa autocontrolada? Poderia dar um pequeno exemplo?

1) O sentido do Domínio Próprio. O apóstolo dava muita importância ao termo, uma vez que o usa várias vezes.

Leia 1 Co 9.25.  Trata-se da virtude de um atleta em disciplinar seu corpo em busca da vitória;

Leia 1 Co 7.9. Trata-se da capacidade do cristão em controlar sua sexualidade.

É curioso que, quando comparece perante o procurador romano Antonio Felix, que governou a Judéia de 52 a 60, o acusado apóstolo se defende falando de justiça, de juízo final e de domínio próprio, para irritação do representante de Nero. (Atos 24:25)

A expressão "domínio próprio" aparece sob diferentes palavras nas versões bíblicas, tendo então como sinônimos principais autocontrole e temperança. Podemos entender melhor o que é domínio próprio pensando no seu oposto. Quem tem domínio próprio se autodomina. Quem não tem é dominado por algo ou por alguém. Quem tem domínio não permite que sentimentos e desejos o controlem; antes, controla-os, não se permitindo dominar por atitudes, costumes e paixões.

Leia Gn 1.26. Domínio próprio, portanto, é a capacidade efetiva que o cristão deve ter de controlar seu corpo e sua mente. Quando fez o homem, Deus deu-lhe o privilégio de dominar sobre todas as coisas
O salmista relembra esta competência humana, ao dizer que Deus deu ao homem domínio sobre todas as obras das suas mãos e dos seus pés (Salmo 8.6)

Leia Rm 7.18-19. Esta competência, no entanto, nem sempre se realiza quando se trata de homem dominar a si mesmo. Embora possa estar em nós desejar fazer o bem, nem sempre o fazemos. Afinal, como aprendemos também com Paulo, na nossa carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em cada um de nós; não, porém, o efetuá-lo, porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Por isso, parecemos, por vezes, em cidades derrubadas, pois que cidade que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio. (Provérbios 25:28). Esta percepção não pode é um convite à passividade, mas um desafio a nos conhecermos mais e a nos esforçarmos mais para viver segundo o padrão de Deus, por difícil que seja.

2) Desenvolvendo o Domínio Próprio. Somos convidados a ter domínio sobre nossos sentimentos, sobre nossos desejos e sobre as circunstâncias que nos envolvem.

a) Dominando nossos sentimentos. Somos movidos pelos nossos sentimentos. Se, por exemplo, amamos, a Deus, ao próximo ou a nós mesmos, somos levados a querer bem, adorando a Deus, respeitando o outro e gostando de nós mesmos. Se, doutro lado, em nós o ódio é forte, seja a Deus pela figura do pai que representa, seja ao próximo, por ser a fonte de nosso sofrimento (o inferno são os outros, já dizia Sartre), seja a nós mesmos, pela incapacidade ser o que gostaríamos de ser, somos levados ao vale do vazio.

b) Dominando nossos desejos. Se os nossos sentimentos nos definem, nossos desejos nos constituem. Nós somos aquilo que desejamos. Leia Mt 6.21. Como ensinou Jesus, onde estiver o nosso tesouro, isto é, os nossos desejos, aí estará também o nosso coração. Desejamos coisas legítimas e coisas ilegítimas. Nem todos os nossos desejos são pecaminosos. Sejam quais forem, no entanto, se eles nos controlarem, passam a ser pecaminosos. Comer chocolate não é pecado. Se, no entanto, não posso comê-lo e não consigo não comê-lo, comê-lo é pecado.
A maior desgraça do desejo é quando ele se converte em vício. Nada mais blasfemo do que um cristão viciado.

c) Dominando-nos diante das circunstâncias. Além dos sentimentos e desejos, que nós podemos controlar, em grau maior ou menor, há as circunstâncias, aquelas situações que não criamos, mas que nos atingem.
Quando nos enredam, elas provocam desânimo. Diante delas, podemos perder o autocontrole, partindo para reações inadequadas, seja de desespero, seja com violência. Nossa reação mostra que, na verdade, estamos sendo controlados por elas.

3) Para ter Domínio Próprio. Há certas ocasiões que, antes de perceber o que está fazendo, você perde o controle, e passa ser vítima do seu descontrole, velada ou violentamente. Os resultados são prostituição, impureza, lascívia, que nos sobrevêm quando perdemos o controle sobre a paixão e nos deixamos levar por ela; idolatria e feitiçarias, quando desesperamos diante das circunstâncias e buscamos bênçãos de todo tipo; inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções e invejas, que nos dominam quando damos lugar aos desejos de superação do outro; bebedices e glutonarias, quando nos deixamos escravizar pelo desejo do nosso ventre. (Gálatas 5.19-20). O fruto do Espírito, no entanto, é o autocontrole.

a) Conheça-se e use o conhecimento a seu respeito a seu próprio favor. Tendemos a não perceber como somos, mas devemos nos esforçar para tal. Use o que você sabe a seu próprio respeito para se dominar melhor.
b) Aprenda a tomar atitudes diferentes das que toma hoje. Faça com que seus sentimentos e desejos não redundem sempre nos mesmos atos. Você nasceu assim, mas não precisa morrer assim. Abra-se para o diferente. Faça o que nunca fez antes.

c) Valorize a disciplina. Quando Jesus disse que, se o nosso olho nos levar ao escândalo, devemos arrancá-lo, ele estava lembrando que precisamos subjugar o nosso corpo, quando este nos subjuga. Ponha objetivos na vida e se empenhe para alcançá-los. O autocontrole é o resultado da disciplina e do esforço próprio.

d) Deixe-se conduzir pelo Espírito de Deus. O domínio próprio é um esforço de quem vive pelo Espírito. Os homens em geral não pensam em disciplina, mas nós cristãos nos esforçamos para viver de modo organizado, coordenado e harmônico. Neste ministério, o Espírito Santo quer nos apoiar, para nos conduzir. Deixe-se dirigir pelo Espírito. O domínio próprio só é possível por meio de Sua ação em nós.



Decisão final: Escolha alguém do grupo e compartilhem juntos uma situação onde vocês não estão conseguindo se autocontrolar.


Fonte de estudo: 8 IP de BH

Que vc tenha sido edificado através deste estudo!!


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