quarta-feira, 23 de março de 2011

...Ainda não é primeiro de Abril...

...mas como esse dia está chegando, resolvi postar esse texto sobre o assunto, porque tem muita gente qua ainda se prende a isso..
Vamos lá!


não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do homem velho com os seus feitos,

Colossenses 3:9 (Bíblia)


Estamos falando do dia 1° de Abril. Atualmente, os trotes e as brincadeiras que caracterizam esse dia não são vistos mais com tanta freqüência.
Motivo? Os fatores sociais, como por exemplo, o excesso de trabalho e as preocupações diárias, principalmente nos grandes centros urbanos industrializados, onde o corre corre do dia-a-dia não dispensa tempo para tais brincadeiras.

Toda via existem pessoas que ainda encontram tempo e se utilizam dessa data como um meio de entretenimento. Entre as crianças, de idades variadas, o dia da mentira ainda é uma sólida realidade, visto que nas escolas sofrem grande influência das brincadeiras em torno desse dia. Pergunto, então: Quem ensinou as crianças que 1° de abril é dia de mentir? Quais as conseqüências dessa brincadeira? Será que se trata mesmo de um hábito inocente?

Será que só as crianças mentem nesse dia?

Passar trotes e mentiras no dia 1° de abril é um costume comemorado em todo mundo. Nos Estados Unidos, esse dia é conhecido como April Fools Day; na França, Pisson d’ Avril; e em Portugal, O Dia dos Enganos.


A Origem Desse Dia

Por se tratar de folclore, existem várias interpretações atribuídas á origem do dia da mentira. Alguns explicam que ele surgiu no século XVI, quando o rei Carlos IX, de seu Castelo de Rousillon, em Dauphine, França, baixou um decreto determinando que o ano deveria iniciar no dia 1° de janeiro, e não em 1° de abril, como acontecia. Os Franceses, então, aproveitaram esse fato para satirizar o dia 1° de abril, data em que se celebrava o ano novo. E fizeram isso com brincadeiras e ditos pitorescos, e muita gente, por ignorância ou falta de lembrança, caía nos enganos dos demais. Outra versão para a origem do dia da mentira é contada pelos estudiosos. Segundo eles, o príncipe Loraine, ao fugir do Castelo de Nacy, pregou uma peça no rei Luís XIII exatamente nesse dia. Sua intenção era brincar com o rei, nadando pelo rio Meurthe. Com a impopularidade de Luís XVIII, os franceses aproveitaram o fato para ridicularizá-lo. No Brasil, o folclórico dia da mentira foi trazido pelos portugueses.


O Dia da Verdade

Por que os homens escolheram um dia para a mentira? Por que não existe um dia para a verdade? A resposta vem da própria Palavra de Deus, que diz:

Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras.

Salmos 58:3 (Bíblia)


Qual seria então o dia da verdade? Asseveramos que não existe um dia específico para a verdade, mas sim, que devemos sempre dizer a verdade:

Porque a minha boca profere a verdade, os meus lábios abominam a impiedade.

Provérbios 8:7 (Bíblia)


A Bíblia não faz distinção entre pecado pequeno e pecado grande!
Toda e qualquer transgressão aos preceitos determinados pela Palavra de Deus é pecado e necessita de perdão!

A mentira é um hábito corriqueiro na sociedade atual. Num filme americano, que no Brasil foi lançado com o título O mentiroso, Jim Carey, que ganhou o papel principal, interpreta um advogado que passa o tempo todo do filme mentindo e, por conta disso, vive situações muito delicadas. Esse é o efeito da mentira, colocar as pessoas em situações diversificadamente delicadas e constrangedoras!

É muito comum as pessoas mentirem para tentar resolver as questões mais simples da vida. Por exemplo, mentem para serem aceitas em determinado grupo, ou para não terem de dar maiores explicações. Mas os fins não justificam os meios. O problema maior consiste quando a pessoa toma a mentira como verdade. E é justamente isso que acontece, e com freqüência, nas seitas. O perfil psicológico do sectário é vulnerável. Eles aceitam ensinos irracionais e resistem á argumentação sensata. Nas seitas, devido ao autoritarismo e ao exclusivismo, a tendência ao erro sobressai. Um missionário mórmon declarou que acreditaria no Livro de Mórmons, ainda que esse livro dissesse que existem círculos quadrados. Nisto vemos o cumprimento da Palavra de Deus:

e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas.

2 Timóteo 4:4 (Bíblia)


A mentira é mais um dos muitos laços que Satanás se utiliza para povoar o lago de fogo e enxofre, que o destino eterno da besta, o falso profeta, do próprio satanás e de todos aqueles que a praticam:

Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.

Apocalipse 21:8 (Bíblia)


A Bíblia declara que

Um abismo chama outro abismo

Salmos 42:7 (Bíblia)
).
Seguindo esse raciocínio, podemos dizer que uma mentira atrai outra mentira. Não ignoramos o fato de que muitos adeptos de seitas são sinceros na sua crença, contudo, estão sinceramente errados. Não podemos, entretanto, dizer o mesmo de seus líderes, que ensinam aos fiéis suas mentiras como sendo verdades incondicionais. A mentira cega! Jesus disse:

Deixai-os; são guias cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco.

Mateus 15:14 (Bíblia)


E Paulo confirmou:

Mas os homens maus e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.

2 Timóteo 3:13 (Bíblia)


A Bíblia e a Mentira

Existe um ditado popular que diz: A mentira tem perna curta. Abraham Lincoln, disse: Pode-se enganar todas as pessoas durante todo o tempo, mas não se pode enganar todo mundo por todo tempo.
Exortações bíblicas quanto á mentira:

A testemunha falsa não ficará impune; e o que profere mentiras não escapará.

Provérbios 19:5 (Bíblia)


o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos.

Salmos 101:7 (Bíblia)


O justo odeia a palavra mentirosa

Provérbios 13:5 (Bíblia)
.

O lábio veraz permanece para sempre; mas a língua mentirosa dura só um momento.

Provérbios 12:19 (Bíblia)


Há seis coisas que o Senhor detesta; sim, há sete que ele abomina:
olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente;
coração que maquina projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal;
testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.

Provérbios 6:16-19 (Bíblia)



A Bíblia e a Verdade

A mentira tem suas raízes no diabo,

Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira.

João 8:44 (Bíblia)


Em contraste, lemos:

Eis as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas;

Zacarias 8:16 (Bíblia)


Devemos orar a Deus pedindo:

Guia-me na tua verdade, e ensina-me; pois tu és o Deus da minha salvação; por ti espero o dia todo.

Salmos 25:5 (Bíblia)


Devemos, também, seguir o conselho do sábio Salomão:

Compra a verdade, e não a vendas; sim, a sabedoria, a disciplina, e o entendimento.

Provérbios 23:23 (Bíblia)


Fiquemos, pois, com a verdade, busquemos a verdade, falemos a verdade, sigamos a verdade. Foi o próprio Jesus quem disse:

Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.

João 14:6 (Bíblia)


E ainda:

e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

João 8:32 (Bíblia)


Se a verdade liberta, por que optar pela mentira, que esvazia?

Autor desconhecido

Lição 3 - Contemplando e correspondendo com responsabilidade ao Ministério da Redenção...


...alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.
Desta salvação inquiririam e indagaram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que para vós era destinada,
indagando qual o tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo que estava neles indicava, ao predizer os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.
Aos quais foi revelado que não para si mesmos, mas para vós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos bem desejam atentar.
1 Pedro 1:9-12 (Bíblia)

Segundo Pedro, o resultado da nossa fé, é a salvação da nossa alma.
E foi para isso, PARA SALVAR NOSSA ALMA, que Cristo morreu na cruz!!
Nesses versículos vemos que os profetas do AT, falavam sobre salvação sem entendê-la plenamente. O Espírito Santo os movia a falar da salvação pela graça e moveu nosso coração para corresponder à ela! Os pregadores do NT tiveram o privilégio de proclamá-la e os anjos, que não podem participar dela, estão interessados na obra de Deus em nossa vida.

Mas o que é a redenção?

Significa Resgate. Cristo nos redimiu, Cristo nos resgatou das mãos de Satanás. Esse resgate só foi possível, através de sua morte. (Mateus 20:28)
O que ganhamos com a morte de Cristo?
  • Vida eterna = Apoc 5:9-10
  • Perdão dos pecados = Efésios 1:7
  • Liberdade da maldição do pecado = Gálatas 3:13
  • Adoção à família de Deus = Gálatas 4:5
  • Libertação da escravidão do pecado = Tito 2:14 e I Pedro 1:14-19
  • Paz com Deus = Romanos 5:1
  • Habitação do Espírito Santo = I Cor 6:19-20

    Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos oferece na revelação de Jesus Cristo.
    Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância;
    mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento;
    porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo.

    1 Pedro 1:13-16 (Bíblia)


    Lembre-se sempre que “com o privilégio, vem também a responsabilidade..”

    Se temos o privilégio de sermos feitas filhas de Deus, temos de ter a responsabilidade de corresponder à altura...
    Como? Fomos escolhidas por Deus para vivermos para Ele, para fazer a diferença nesta terra, com obediência, zelando para que o Nome Dele seja glorificado em nossa vida, independente das circunstâncias em que estamos vivendo, ou situação que estamos passando.
    Buscando a cada dia, parecer com Cristo, e colocando o próprio Cristo na situação, tentando imaginar como ele reagiria diante daquilo. Buscando a transformação de dentro para fora, clamando a Deus para que Ele te dê um coração de carne, sensível a voz Dele, a vida, a verdade, que só Ele possui (Ezequiel 36:26-27)


Quando refletimos sobre o preço que Jesus pagou pela nossa redenção, essa reflexão só pode resultar em uma única coisa: OBEDIÊNCIA.

Que Ele vos ajude!

Beijo..té mais!

Lição 1 e 2...


Bem, como escrevi nesse post, comecei um estudo bíblico com as mulheres da minha igreja, e fiquei de ir postando um resumo das aulas, a medida que elas fossem acontecendo.

Estou colocando de forma "bruta", para que você desenvolva a mensagem!!A primeira aula tem esse título: Contando com a Graça e a Paz de Deus...

Pedro escreveu essa carta aos irmãos do século I, que estavam sendo perseguidos pelo governo romano, afim de que eles aprendessem a viver em tempos difíceis...
E como a Bíblia, é o livro mais atual do mundo..o que Pedro escreveu aos irmãos no século I, também se aplica à nós do século XXI..

Vamos ver o que diz os primeiros versículos de I Pedro...

Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos peregrinos da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia.
eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada nos céus para vós,
que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que está preparada para se revelar no último tempo;
na qual exultais, ainda que agora por um pouco de tempo, sendo necessário, estejais contristados por várias provações,
para que a prova da vossa fé, mais preciosa do que o ouro que perece, embora provado pelo fogo, redunde para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;
a quem, sem o terdes visto, amais; no qual, sem agora o verdes, mas crendo, exultais com gozo inefável e cheio de glória,
alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.

1 Pedro 1:1-9 (Bíblia)


Bem..Ele fala à cerca da nossa eleição em Cristo, da nossa posição em Cristo, e que não importa o que venhamos a passar nesta vida..seja perseguição até mesmo da nossa família, por sermos cristãos, da zombaria que muitas vezes fazem conosco, quando não participamos das coisas mundanas...ou muitas vezes, até mesmo tribulações que passamos em nossa vida, mas que em todo o tempo, possamos nos alegrar pelo fato de pertecermos à Deus, e que um dia, desfrutaremos da glória...Cristo, a esperança da glória...
Ele nos dá nessa vida, poder e descanso, graça e paz suficientes para enfrentarmos qualquer situação.

"Graça multiplicada exponencialmente, para experimentarmos mais e mais dela, vezes sem conta, infinitamente, sem medida!!" - Elizabeth George - autora do livro I Pedro - Revestindo-se de um espírito manso e tranquilo

Nao vivemos por vista, e sim pela fé!

Até!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Velha e nova Cruz...

"O evangelismo que traça paralelos amigáveis entre os caminhos de Deus e os do homem é falso em relação à bíblia e cruel para a alma de seus ouvintes. A fé manifestada por Cristo não tem paralelo humano, ela divide o mundo. Ao nos aproximarmos de Cristo não elevamos nossa vida a um plano mais alto; mas a deixamos na cruz. A semente de trigo deve cair no solo e morrer.

Nós, os que pregamos o evangelho, não devemos julgar-nos agentes ou relações públicas enviados para estabelecer boa vontade entre Cristo e o mundo. Não devemos imaginar que fomos comissionados para tornar Cristo aceitável aos homens de negócio, à imprensa, ao mundo dos esportes ou à educação moderna. Não somos diplomatas mas profetas, e nossa mensagem não é um acordo mas um ultimato".


A. W. Tozer


PS: Talvez você leia esse texto e diga: " Mas eu sou embaixador de Cristo"
Pois é, o que entendo desse texto, é que o verdadeiro embaixador, o agente, o comissionado, prega o que Jesus pregou, o ARREPENDEI-VOS, O VAI E NÃO PEQUES MAIS...
Lembrando sempre que o amigo do mundo, é inimigo de Deus!

Eu sou amiga de Deus e você?

terça-feira, 8 de março de 2011

Eleição, suprema expressão da graça de Deus...

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo;
como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado;

Efésios 1:3-6 (Bíblia)


INTRODUÇÃO

1. A salvação é uma obra soberana de Deus – v. 3
O apóstolo Paulo nos convida a subirmos aos picos mais altos da verdade revelada de Deus a fim de vermos seu plano eterno, soberano e gracioso em relação à nossa salvação.

Paulo começa com uma doxologia. Ele começa adorando a Deus: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo…” (v. 3). Tudo provém de Deus. Toda bênção emana dele. Ele é a fonte.

Paulo nos diz que já somos abençoados. Quanto ao passado fomos eleitos. Quanto ao presente fomos remidos. Quanto ao futuro, aguardamos a resgate final na segunda vinda, quando então teremos um corpo glorioso.

Paulo nos diz que todas essas bênçãos são espirituais e estão nas regiões celestes. Diz ainda, que todas essas bênçãos são cristocêntricas.

2. A nossa posição deve ser de humilde adoração e não de especulação – v. 3
Em momento algum Paulo trata da questão da eleição como um tema para frívolas e acadêmicas discussões. Ao contrário, ele entra nesse terreno com os pés descalços, com humildade e reverência. Ele abre esse assunto com doxologia e adoração, dizendo: “Bendito o Deus e Pai”.

Nós não somos salvos pelo conceito que tenhamos sobre essa questão, mas pela nossa confiança em Cristo e sua obra em nosso favor. Os calvinistas e arminianos que creram no Senhor Jesus têm a vida eterna e estarão no céu.

A Alta Crítica tentou evadir-se desse glorioso tema, dizendo que essa é doutrina apenas do apóstolo Paulo.

Karl Barth diz que em conexão com Cristo, todos os homens, sem distinção, são eleitos, e que a distinção básica não é entre eleitos e não eleitos, e, sim, entre os que têm consciência de sua eleição e is que não a têm.

Outros rejeitam porque essa doutrina é impopular. O homem natural não pode discernir as coisas de Deus, elas lhe parecem loucura. Deveria eu estar extasiado porque Deus me escolheu para a salvação quando estava perdido, cego e morto.

Outros ainda rejeitam a doutrina da eleição porque dizem que ela destrói a busca da santificação, mas a Bíblia diz que Deus nos escolheu para sermos santos.

Outros ainda dizem que não podem crer nela porque ela mata o ímpeto evangelístico e missionário da igreja. Mas foi a certeza da eleição incondicional que deu a Paulo tenacidade e impulso na evangelização. Na cidade de Corinto ele ouviu: “Fala e não te cales, porque tenho muito povo nesta cidade” (At 18.9,10). Ele escreveu a Timóteo: “Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus com eterna glória” (2 Tm 2.10).

Eu quero lhe dizer que a Bíblia nunca argumenta essa doutrina, simplesmente a coloca diante de nós. A Bíblia não apenas não discute o tema, mas nos proíbe de discuti-lo: “Deus tem misericórdia de quem quer e também endurece a quem quer. Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade. Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus? Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?” (Rm 9.18-20).

Dr. Gambrell presidente da convenção batista do sul em 1917-1920 disse que grandes reavivamentos têm resultado da pregação heróica das doutrinas da graça, pois Deus honra a pregação que o honra. Diz ele: vamos trazer artilharia pesada do céu e trovejar contra esta nossa época presunçosa, como fizeram Whitefield, Edwards, Spurgeon e Paulo e os mortos receberão vida em Cristo.

I. O AUTOR DA ELEIÇÃO – v. 4

O apóstolo deixa claro que a nossa salvação começou com Deus, foi planejada por Deus e Deus mesmo a levará ao bom termo. Tudo provém de Deus. A salvação pertence a Deus.

O ensino de Paulo é que aqueles que gozam essas bênçãos espirituais em Cristo Jesus, gozam-nas porque foram escolhidos por Deus para isso: “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo”. Somos salvos do pecado e da morte, porque Deus nos escolheu livremente, graciosamente, soberanamente.

Nós fomos nós que escolhemos a Deus, foi ele quem nos escolheu. “Não fostes vós que me escolhestes, pelo contrário, eu vos escolhi e vos designei para que vades e deis frutos” (Jo 15.16). Não fomos nós que amamos a Deus primeiro, mas foi Deus quem nos amou primeiro. O nosso amor por Deus é apenas um refluxo do fluxo do amor de Deus por nós.

Se Deus não tivesse nos escolhido, estaríamos irremediavelmente perdidos. Porque estávamos cegos, separados, mortos em nossos delitos e pecados.

Porque a nossa salvação depende de Deus e está segura nele é que podemos dizer como Paulo: “Eu estou bem certo de nem morte nem vida, nem anjos nem principados, nem poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.38,39) .

Jesus disse que ninguém pode vir a ele se o Pai não o trouxer (Jo 6.44).

II. A VERACIDADE DA ELEIÇÃO – v. 4

As provas bíblicas acerca da eleição divina são incontestáveis. Spurgeon diz que por meio dessa verdade da eleição, fazemos uma peregrinação ao passado e contemplamos pai após pai da igreja, mártir após mártir levantar-se e vir apertar nossa mão.

Se crermos nessa doutrina teremos atrás de nós uma nuvem de testemunhas: Jesus, os apóstolos, os mártires, os santos, os reformadores, os avivalistas, os missionários . Se crermos nessa doutrina estaremos acompanhados por Jesus, Pedro, João, Paulo, Agostinho, Crisóstomo, Lutero, Calvino, Zwinglio, John Knox, John Owen, Thomas Goodwin, Jonathan Edwards, George Whitefield, Charles Spurgeon, John Broadus, Martyn Lloyd-Jones, John Stott e tantos outros. Se crermos nessa doutrina teremos atrás de nós os grandes credos e confissões evangélicas. Se crermos nessa doutrina teremos ao nosso lado o testemunho da Escritura e da história da igreja.

Comecemos com o ensino do apóstolo João:
1) João 1.13 – “os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”.
2) João 6.37 – “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora”.
3) João 6.39 – “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu”.
4) João 6.44 – “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer”.
5) João 6.65 – “E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido”.
6) João 15.16 – “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”.
7) João 15.19 – “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia”.
8) João 17.6 – “Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra”.
9) João 17.9 – “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus”.
10) João 17.24 – “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste”.

No sermão profético de Jesus ele também deixa claro a doutrina da eleição:
1) Mateus 24.22 – “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados”.
2) Mateus 24.24 – “porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos”.
3) Mateus 24.31 – “E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunião os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus”.

O apóstolo Pedro de igual forma falou sobre a doutrina da eleição:
1) 1 Pedro 1.2 – “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo”.
2) 1 Pedro 2.9 – “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.

O historiador Lucas também deixa claro o ensino da eleição:
1) Atos 13.48 – “Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna”.

Vejamos, finalmente, o que o apóstolo nos ensina sobre essa gloriosa doutrina:
1) Romanos 8.29,30,33 – “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho… e aos que Deus predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou… quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica”.
2) Romanos 9.11 – “E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama)”.
3) Romanos 11.5 – “Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça”.
4) Efésios 1.4 – “assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele”.
5) Colossenses 3.12 – “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia”.
6) 1 Tessalonicenses 5.9 – “… porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo”.
7) 2 Tessalonicenses 2.13 – “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade”.
8) Tito 1.1 – “Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus”.
9) 2 Timóteo 1.9 – “que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos”.

Numerar aqui os vários textos bíblicos que tratam da eleição:

III. A NATUREZA DA ELEIÇÃO – v. 4

1. A eleição é incondicional
Deus não nos escolheu por qualquer virtude que viu em nós. Os Arminianos afirmam que Deus escolheu aqueles que ele previu que iriam crer nele. Em outras palavras Deus escolheu aqueles que já haviam por si escolhido crer em Cristo. Mas se assim fosse, nós seríamos o autor da eleição. Se assim fosse, a nossa salvação dependeria de nós. Mas a Bíblia diz que tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Jesus. O profeta Jonas diz que a salvação pertence ao Senhor (Jn 2.9).

Deus não nos escolheu porque previu que iríamos crer, nós cremos porque ele nos escolheu. A eleição não é resultado da fé, mas a causa dela. Disse Paulo em Antioquia da Pisídia: “Todos quantos foram destinados para a salvação creram” (At 13.48).

Deus não nos escolheu porque éramos santos, Deus nos escolheu para sermos santos (Ef 1.4).

Deus não nos escolheu por causa das nossas boas obras, Deus nos escolheu para as boas obras (Ef 2.8-10).

Deus não nos escolheu por causa da nossa obediência, mas Deus nos escolheu para a obediência (1 Pe 1.2).

Jesus disse que os filhos de Deus não nasceram do sangue nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (Jo 1.12,13). Paulo diz que Deus é quem opera em nós tanto o querer quanto o realizar. É Deus quem abre o nosso coração para crer. O arrependimento é fruto da bondade de Deus. A fé é dom de Deus.

Paulo diz que não depende de quem quer, nem de quem corre, mas de Deus usar sua misericórdia (Rm).

2. A eleição é para um relacionamento íntimo com Deus – v. 5
Deus nos predestinou para ele, para a adoção de filhos (v. 5). A escolha divina visa a comunhão com ele. A essência da vida eterna é conhecer a Deus. O fim principal do homem é glorificar a Deus e goza-lo para sempre. Deus anseia por nós com grande zelo. Somos a sua herança. Somos sua raça eleita. Somos sacerdócio real. Somos a menina dos olhos de Deus, a delícia de Deus. Fomos chamados para andar com Deus e refletir sua glória como filhos amados.

IV. O FUNDAMENTO DA ELEIÇÃO – v. 4

Nós fomos eleitos em Cristo. Todas as bênçãos espirituais, nós as temos em Cristo. Ele é a fonte de onde procedem todas as bênçãos espirituais. Não há salvação fora de Cristo. Não há redenção à parte do sangue de Cristo. Não há remissão de pecados fora do derramamento do sangue de Cristo. O mesmo Deus que nos escolheu para a salvação, escolheu nos salvar por meio do sacrifício do seu Filho.

A eleição não anula a obra de Cristo. O mesmo Deus que estabeleceu os fins, a nossa redenção, também estabeleceu o meio pelo qual deveríamos ser salvos, ou seja, a morte de Cristo. Desde a eternidade foi estabelecido que seríamos salvos por meio de Cristo. O Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8). Jesus veio ao mundo com a missão de ser o nosso represente, fiador. Ele veio para morrer em nosso lugar. Ele veio para dar sua vida em nosso resgate. Esse era o plano eterno do Pai. Ele cumpriu as exigências da lei e satisfaz toda a justiça divina. Ele carregou com os nossos pecados sobre seu corpo. Ele foi ferido, traspassado. Ele sofreu a nossa morte. Sempre que tentaram desviar Jesus da cruz, ele rechaçou com veemência.

A eleição não substitui a obra de Cristo, antes a inclui e dela depende. Na verdade a nossa salvação é fruto do Pacto da Redenção, quando o Deus triúno, decidiu no seu conselho sábio e eterno traçar o plano da nossa salvação. Nesse plano o Pai nos escolheu, o Filho tornou-se nosso fiador e representante e morreu por nós e o Espírito Santo aplica a obra de Cristo em nós, regenerando-nos e santificando-nos, transformando-nos, assim, na imagem de Cristo.

V. O TEMPO DA ELEIÇÃO – v. 4

Paulo não diz que gozamos as bênçãos espirituais porque cremos em Cristo ou porque entregamos a ele a nossa vida e o recebemos como Salvador. Isso está envolvido, mas Paulo não parte daí. Nem tampouco Paulo inicia pela obra de Cristo na cruz em nosso favor. Na verdade Paulo não parte de nada do que aconteceu no tempo neste mundo. Ele vai direto à eternidade, antes da fundação do mundo e parte daquilo que foi feito por Deus Pai.

Spurgeon dizia que enquanto não recuarmos até ao tempo em que o universo inteiro dormia na mente de Deus, como algo que ainda não havia nascido, enquanto não penetrarmos na eternidade, onde Deus, o criador, vivia na comunhão da Trindade, quando tudo ainda dormia dentro dele, quando a criação inteira repousava em seu pensamento todo abrangente e gigantesco, não teremos nem começado a sondar o princípio, quando Deus nos escolheu.

Deus nos escolheu quando o espaço celeste não era ainda agitado pelo marulhar das asas de um único anjo, quando ainda não existia qualquer ser, ou movimento, ou tempo, e quando coisa nenhuma, ou ser nenhum, exceto, o próprio Deus existia, e ele estava sozinho na eternidade.

A eleição divina não foi um plano de última hora, por ter o primeiro plano de Deus fracassado. O pecado de ADÃO não pegou Deus de surpresa. Deus não ficou roendo as unhas com medo de o homem estragar tudo no Éden. Deus planejou a nossa salvação antes mesmo de lançar os fundamentos da terra. Antes que houvesse céu e terra, Deus já havia decidido nos escolher em Cristo para a salvação. Ele nos escolheu antes dos tempos eternos (2 Tm 1.9). Ele nos escolheu desde o princípio para a salvação (2 Ts 2.13). Ele nos escolheu antes da fundação do mundo (Ef 1.4).

Esse plano jamais foi frustrado nem anulado. Mesmo diante da nossa rebeldia e transgressão, o plano de Deus permanece intacto e vitorioso. Paulo diz: “Aos que Deus predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou a esses também glorificou” (Rm 8.30).

Nenhum problema neste mundo ou do mundo porvir pode cancelar essa eleição divina. Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu e ressuscitou e está à direita do Pai e também intercede por nós (Rm 8.33,34). Aquele que começou boa obra em nós vai completa-la até o dia de Cristo (Fp 1.6). Nossa vida está segura nas mãos de Jesus, de onde ninguém poderá nos tirar (Jo 10.28).

VI. O PROPÓSITO DA ELEIÇÃO

1. Santidade – v. 4
Enganam-se aqueles que pensam que a doutrina da eleição promove e estimula uma vida relaxada. Somos eleitos para a santidade e não para o pecado. Somos salvos do pecado e não no pecado. Jesus se manifestou para desfazer as obras do diabo (1 Jo 3.8). Uma pessoa que se diz segura da sua salvação e não vive em santidade está provando que não é eleita. A Bíblia diz que devemos confirmar a nossa eleição.

Muitos pervertem a doutrina da eleição para a sua própria ruína, quando afirmam: “Eu sou um eleito de Deus”, mas tem se assentado no ócio e com ambas as mãos têm praticado a iniqüidade.

Aqueles que não são santos não podem ter comunhão com Deus nem jamais verão a Deus. No céu, só os santos vão entrar. Uma pessoa que não ama a santidade não suportaria o céu.

Spurgeon argumentava: Por que você reclama da eleição divina? Você quer ser santo? Então você é um eleito. Mas se você diz que não quer ser santo nem viver uma vida piedosa, por que você reclama não ter recebido aquilo que não deseja?

2. Irrepreensibilidade – v. 4
Sem qualquer espécie de mancha. Era a palavra usada para um animal apto para o sacrifício perfeito. A eleição tem como alvo nos levar a uma vida limpa, pura, santa. Somos a noiva do Cordeiro que está se adornando para ele. Não somos escolhidos para vivermos na lama, mas escolhidos para vivermos como luzeiros do mundo e apresentar-nos a Jesus como a noiva pura, santa e sem defeito.

3. Comunhão com Deus – v. 5
Deus nos predestinou para ele, para vivermos diante dele. Deus não nos escolheu para vivermos longe dele, sem intimidade com ele, sem comunhão com ele. Fomos eleitos para Deus, para andarmos com Deus, para nos deleitarmos em Deus. Ele é a nossa fonte de prazer. Ele é o amado da nossa alma. Na presença dele é que encontramos plenitude de alegria.

4. Adoção de filhos
Deus nos escolheu e nos destinou para sermos membros da sua própria família. A eleição da graça outorga a nós não apenas um novo nome, um novo status legal, e uma nova relação familiar, mas também uma nova imagem, a imagem de Cristo (Rm 8.29). A adoção é algo lindo. Um filho natural pode vir quando os pais não esperam, ou mesmo quando os pais não querem ou ainda quando não se sentem preparados. Mas a adoção é um ato consciente, deliberado e resoluto de amor. É uma escolha voluntária.

Um filho adotivo recebe o nome da nova família e torna-se herdeiro natural dessa família. Somos filhos de Deus. Recebemos um novo nome, uma nova herança.

Mas somos ainda filhos gerados por Deus. Somos nascidos do alto, de cima, do céu, do Espírito. Somos co-participantes da natureza divina. Deus nos escolheu para vivermos como filhos amados. “O Espírito de Deus testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.14).

5. O louvor da glória da sua graça – v. 6
Deus nos escolheu para revelar a suprema beleza e fulgor da sua graça. Nós estávamos perdidos e fomos achados. Nós estávamos mortos e recebemos vida. Nós estávamos afastados das promessas e fomos feito povo de Deus.

Graça é o Deus nos dá nós não merecemos. Éramos inimigos, merecíamos a morte, o juízo e a condenação. Mas Deus nos escolheu para nos dar a vida eterna. Essa mensagem exalta a graça de Deus!

CONCLUSÃO

A eleição divina nos traz muitas bênçãos:
1) Humildade – não fui escolhido por méritos.
2) Gratidão – Eu estava perdido e morto e Deus me amou e me atraiu com cordas de amor.
3) Segurança – Aquele que começou boa obra em mim, vai completa-la até o dia final. Aos que Deus predestinou, chamou e justificou, ele glorificou.
4) Devoção – Quero honrar àquele que me amou, me escolheu, me chamou, salvou e glorificou.
5) Trabalho – Porque Cristo morreu para salvar e não apenas para possibilitar a salvação, porque a salvação depende de Deus eu posso crer no sucesso da evangelização.
6) Adoração – Preciso quedar-me aos pés do Senhor e viver para o louvor da glória da sua graça!

Por Hernandes Dias Lopes

Como viver sem máscaras...

O carnaval é a maior festa popular do Brasil, e talvez, do mundo. Nessa festa da extravagância e dos excessos, muitas pessoas saem às ruas usando máscaras. Algumas dessas pessoas escondem-se atrás das máscaras; outras se revelam por meio delas. Uma máscara é tudo aquilo que esconde ou encobre a nossa verdadeira identidade. É importante ressaltar que existem máscaras tangíveis e intangíveis; algumas cobrem o rosto; outras tentam disfarçar as atitudes da alma.

De certo modo todos nós usamos máscaras. Aquele que diz que nunca usou uma máscara, possivelmente esteja acabando de afivelar uma no rosto, a máscara da mentira. O problema das máscaras é que elas proclamam uma mentira ou escondem uma verdade. Quando usamos máscaras, as pessoas passam a amar não quem nós somos, mas quem nós aparentamos ser. As máscaras também não são seguras. Por melhor que nós as afivelemos, elas podem cair nas horas mais impróprias e nos deixar em situação de total constrangimento.

Queremos mencionar aqui algumas máscaras usadas ainda hoje.

1. A máscara da piedade - O apóstolo Paulo, ensinando sobre a doutrina da Nova Aliança, diz que podemos ser ousados em vez de agir como Moisés que pôs um véu sobre a face para que as pessoas não atentassem para a glória desvanecente em seu rosto. Quando Moisés subiu o Monte Sinai para receber as Tábuas da Lei, ao regressar, seu rosto brilhava. As pessoas não podiam olhar para ele. Então, ele colocou um véu em sua face para que as pessoas pudessem se aproximar e falar com ele. Mas houve um momento em que Moisés percebeu que a glória estava acabando. Ele não precisava mais do véu, porém, ele continuou com o véu, porque não queria que as pessoas soubessem que sua glória era desvanecente. Muitas vezes, somos parecidos com Moisés. Tentamos impressionar as pessoas com uma espiritualidade que não temos. Aparentamos ser mais crentes, mais piedosos do que na verdade somos.

2. A máscara da autoconfiança - O apóstolo Pedro era um homem impulsivo. Falava para depois pensar. Quando Jesus declarou que seus discípulos iriam se escandalizar com ele e iriam se dispersar, Pedro não titubeou e foi logo dizendo que ainda que todos o abandonassem, ele jamais o faria. Disse ainda que estava pronto para ir com Jesus para a prisão ou até mesmo para a morte. Pedro julgou-se forte e até melhor do que seus pares. Porém, naquela mesma noite, Pedro fraquejou e dormiu quando Jesus pediu para ele vigiar. Pedro abandonou a Jesus e seus condiscípulos e infiltrou-se na roda dos escarnecedores. Pedro negou, jurou e praguejou, dizendo que não conhecia a Jesus. A máscara de sua autoconfiança caiu quando Jesus olhou para ele. Então, ele caiu em si e desatou a chorar.

3. A máscara do legalismo - Um legalista é inflexível com as outras pessoas, mas condescendente consigo. Ele enxerga um cisco no olho de seu irmão, mas não vê uma trave no seu. O legalista preocupa-se mais com a forma do que com a essência. Cuida mais da aparência do que do interior. Os fariseus eram legalistas. Eles eram fiscais da vida alheia, mas descuidados com sua intimidade com Deus. Eram bonitos por fora, mas feios por dentro. Jesus os comparou a sepulcros caiados, limpos por fora, mas cheios de rapina por dentro. Os fariseus eram hipócritas. Eles eram atores que representavam no palco um papel diferente daquele desempenhado na vida real.

A vida cristã é uma contínua remoção das máscaras. A Bíblia diz que onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade; não liberdade para fazer o que queremos, mas liberdade para vivermos na luz. Pela obra de Cristo e pela ação do Espírito, podemos viver sem máscaras, sendo transformados de glória em glória, até atingirmos a estatura de Cristo, o Varão Perfeito.

Por Hernandes Dias Lopes

Verdades que não podemos esquecer...

O apóstolo Paulo, em sua primeira carta à igreja de Corinto, no capítulo seis, repete seis vezes a mesma expressão: “Não sabeis?” (1Co 6.2,3,9,15,16,19). Com isso, Paulo está enfatizando a necessidade de conhecer algumas verdades absolutas e não esquecê-las jamais. Que verdades são essas que precisamos tanto conhecer?

1. Não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? (1Co 6.2). É vergonhoso quando a igreja perde sua capacidade de resolver seus próprios conflitos e leva suas causas domésticas para fora dos seus portões, para serem julgadas por aqueles que um dia serão julgados pela própria igreja. Isso é inverter os papéis. Isso é um contra senso.

2. Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? (1Co6.3). A igreja não apenas será levada para o céu, mas também assentar-se-á em tronos. Não apenas estará livre de condenação, mas também julgará o mundo e os anjos. Por causa da graça de Deus e da morte expiatória de Cristo na cruz, os crentes deixaram de ser réus para serem juízes.

3. Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? (1Co 6.9). Paulo é categórico em afirmar que os impuros, idólatras, adúlteros, homossexuais ativos e passivos, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes e roubadores não herdarão o reino de Deus. Esses indivíduos podem até mesmo receber na terra todos os troféus da fama, conquistar todas as medalhas do sucesso e cruzar todas as passarelas cheias de encanto e beleza, mas jamais entrarão no reino de Deus; podem até mesmo ser aplaudidos pelos homens, mas não entrarão na Cidade Santa. A menos que se arrependam de seus pecados, podem até ganhar o mundo inteiro, mas perderão a sua alma.

4. Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? (1Co 6.15). Cristo é o cabeça da igreja e a igreja é o corpo de Cristo e nós somos individualmente membros desse corpo. Entregar nosso corpo à impureza é arrastar o nome de Cristo para a lama. Teríamos nós coragem de tomar os membros de Cristo e fazê-los membros de meretriz? Só em pensar nessa grosteca possibilidade já seria consumada blasfêmia. Entretanto, muitos crentes em vez de consagrar seus corpos a Deus e glorificarem a Deus em seu corpo, entregam-se à impureza e desonram o nome de Cristo.

5. Não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? (1Co 6.16). A intimidade sexual é uma bênção destinada por Deus aos que se unem legitimamente em casamento. O sexo antes do casamento é fornicação e fora dele é adultério. Ambos os pecados são condenados por Deus e atraem o juízo divino. A sociedade pode até incentivar essas práticas e tentar apagar das consciências a culpa, mas não pode anular a verdade de Deus, por cujo crivo, um dia todos os homens serão julgados.

6. Não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo? (1Co 6.19). Nosso corpo não foi criado para a impureza, mas para o Senhor. Nosso corpo foi comprado por Deus e deve estar a serviço de Deus e promover a glória de Deus. Nosso corpo não pode ser mais a morada da iniquidade, pois foi lavado no sangue do Cordeiro de Deus e transformado em santuário do Altíssimo. Nosso corpo não é mais o teatro onde o diabo realiza seus shows mais escandalosos, mas o santo dos santos, onde a glória de Deus se manifesta.

Por Hernandez Dia Lopes

terça-feira, 1 de março de 2011

Será que você sabe...

Qual é o tamanho da Graça e Paz de Deus que está sobre nós?

Graça e paz vos sejam multiplicadas.

1 Pedro 1:2 (Bíblia)


Neste versículo Pedro ora para que a graça de Deus seja multiplicada exponencialmente, para que você experimente mais e mais dela, vezes sem conta, infinitamente, sem medida!!

Comecei um estudo com as irmãs da minha igreja sobre a carta de I Pedro, baseado no livro I Pedro - Revestindo-se de um espírito manso e tranquilo, da autora Elizabeth George..É uma das minhas autoras favoritas...
Vou postando aqui o que vamos estudando ao longo das semanas..
Sei que edificará vossas vidas, assim como tem edificado a minha!!

Um beijo grande, e que essa imensurável graça, seja contigo!!

Sofrimento e a Glória de Deus...

Romanos 8:18-28
Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção dos nossos corpos. Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente. Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus. Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.

Antes de eu entrar para a faculdade eu dificilmente pensava em câncer e doenças terminais. Mas desde aquele tempo de faculdade a morte por doença tem andado ao meu lado pelo caminho. Dois dos meus colegas de faculdade morreram de leucemia e câncer no pâncreas antes de completarem 22 anos. No seminário eu vi Jim Morgan, meu professor de teologia sistemática, murchar e morrer em menos de um ano de câncer no intestino. Ele tinha 36 anos. Na minha pós-graduação na Alemanha meu orientador, professor Goppelt, morreu repentinamente pouco antes de eu terminar. Ele tinha 62 anos – um forte infarto. Depois eu vim para Bethel! Eu ensinei por seis anos e vi estudantes, professores e administradores morrerem de câncer: Sue Port, Paul Greely, Bob Bergerud, Ruth Ludeman, Graydon Held, Chet Lindsay, mary Ellen Carlson – todos cristãos, todos mortos muito cedo. E agora eu vim para Bethlehem e Harvey Ring se foi. E você poderia multiplicar a lista dez vezes.

O que nós devemos dizer diante dessas coisas? Algo deve ser dito porque doenças são um perigo para nossa fé no amor e poder de Deus. E eu considero como minha responsabilidade primária como pastor alimentar e fortalecer a fé no amor e no poder de Deus. Não há arma como a Palavra de Deus para se evitar perigos para a fé. Então eu quero que nós escutemos hoje, cuidadosamente, ao ensino da escritura sobre Cristo e o câncer, o poder e o amor de Deus sobre as doenças dos nossos corpos.

Eu considero a mensagem de hoje crucial como uma mensagem pastoral porque você precisa saber a posição do seu pastor sobre os assuntos de doenças, cura e morte. Se você pensasse que a minha concepção é que toda doença é um julgamento divino para um pecado específico, ou que a falha em ser curado após alguns dias de oração é um sinal claro de uma fé inautêntica, ou que Satanás é, de fato, o regulador deste mundo e Deus pode apenas observar impotentemente enquanto seu inimigo devasta seus filhos – se você pensasse que quaisquer dessas fossem minhas idéias, você se relacionaria comigo muito diferente na doença de como você faria se você soubesse o que eu realmente penso. Logo, eu quero lhes dizer o que eu realmente penso e tentar lhes mostrar pela Escritura que esses pensamentos não são apenas meus mas também, eu creio, os pensamentos de Deus.

Seis Afirmações Com Respeito à Teologia do Sofrimento

Eu gostaria que todos que têm uma Bíblia abrissem comigo em Romanos 8: 18-28. Há seis afirmações que resumem minha teologia sobre doenças e ao menos a semente para cada uma dessas afirmações está aqui. Vamos ler o texto:

Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente.

Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.

Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.

1. Toda a Criação Foi Submetida à Inutilidade

Minha primeira afirmação é essa: a era em que nós vivemos, que vai da queda do homem ao pecado até a segunda vinda de Cristo, é uma era na qual a criação, incluindo nossos corpos, foi “submetida à inutilidade” e “escravizada na decadência”. Versículo 20: a criação foi submetida à inutilidade. Versículo 21: a criação será libertada da escravidão da decadência. E o porquê nós sabemos que isso inclui os nossos corpos é dado no versículo 23: Não apenas o restante da criação, mas nós mesmos (cristãos) gememos interiormente esperando nossa adoção como filhos, a redenção dos nossos corpos. Nossos corpos são parte da criação e participam em toda a futilidade e corrupção às quais a criação foi submetida.

Quem é esse no versículo 20 que submeteu a criação à inutilidade e a escravizou na decadência? É Deus. Os únicos outros possíveis candidatos a se considerar seriam Satanás ou o próprio homem. Talvez Paulo pensou em Satanás, ao trazer o homem ao pecado, ou no homem, ao escolher desobedecer a Deus – talvez um deles é a quem se refere como aquele que sujeitou a criação à futilidade. Mas a referência não pode ser a Satanás nem ao homem por causa das palavras “na esperança” no fim do versículo 20. Essa pequena frase, “na esperança”, nos dá o propósito daquele que submeteu a criação à futilidade. Mas não era a intenção do homem e nem de Satanás trazer a decadência ao mundo de modo que a esperança da redenção fosse acesa no coração do homem e que um dia a “gloriosa liberdade dos filhos de Deus” brilhasse mais reluzentemente. Apenas uma pessoa poderia submeter a criação à futilidade com esse propósito, a saber, o justo e amoroso criador.

Portanto, eu concluo que este mundo encontra-se sob a sentença judicial de Deus sobre uma humanidade rebelde e pecadora – uma sentença de decadência e futilidade universal. E ninguém está excluído, nem mesmo os preciosos filhos de Deus.

Provavelmente a futilidade e corrupção da qual Paulo fala refere-se à ruína física e espiritual. Por um lado o homem em sua condição caída está escravizado a uma percepção defeituosa, objetivos errados, comportamentos tolos e insensibilidade espiritual. Por outro lado há enchentes, fome, vulcões, terremotos, ondas gigantes, pragas, picadas de cobra, acidentes de carro, quedas de avião, asma, alergias, gripe e câncer, todos despedaçando e destruindo o corpo humano com dor e trazendo o homem – todos os homens – ao pó.

Enquanto estivermos no corpo seremos escravos da decadência. Paulo disse essa mesma coisa em outro lugar. Em 2 Coríntios 4:16 ele disse: “Não desanimamos. Embora exteriormente (o corpo) estejamos a desgastar-nos (decaídos) interiormente estamos sendo renovados dia após dia.” A palavra que Paulo usa para desgaste aqui é a mesma usada em Lucas 12:33 quando Jesus disse: Cuidem-se para que seu tesouro esteja nos céus “onde ladrão algum chega perto e nenhuma traça destrói.” Assim como uma roupa em um armário quente e escuro será comida e destruída pelas traças, assim nossos corpos nesse mundo caído serão destruídos de uma maneira ou de outra. Pois toda a criação foi submetida à futilidade e escravizada na decadência enquanto durar esta era. Essa é minha primeira afirmação.

2. Haverá um Tempo de Libertação e Redenção

Minha segunda afirmação é esta: Chegará um tempo quando todos os filhos de Deus, que resistiram até o fim na fé, serão libertos de toda futilidade e corrupção, espitualmente e fisicamente. De acordo com o versículo 21, a esperança na qual Deus sujeitou a criação era de que um dia “a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus”. E o vers[iculo 23 diz que “nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo”. Não aconteceu ainda. Nós aguardamos. Mas acontecerá. “A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. (…) ele transformará os nossos corpos humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso.” (Filipenses 3:20-21). “…num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados”(1 Coríntios 15:52). “Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou.” (Apocalipse 21:4).

Chegará o dia em que cada muleta será esculpida e cada cadeira de rodas fundida como medalhões de redenção. E Merlin e Reuben e Jim e Hazel e Ruth e todos os outros entre nós entrarão felizes e saltitantes no Reino dos Céus. Mas não ainda. Não ainda. Nós gememos, esperando pela redenção de nossos corpos. Mas o dia chegará e essa é minha segunda afirmação.

3. Cristo Conquistou, Demonstrou e Nos Deu um Antegosto Dela

O terceiro ponto é que Jesus Cristo veio e morreu para conquistar nossa redenção, para demonstrar o caráter dessa redenção espiritual e física, e para nos dar um antegosto dessa redenção. Ele conquistou nossa redenção, demostrou seu caráter e nos deu um antegosto dela. Por favor preste atenção, pois essa é uma verdade gravemente distorcida por muitos curandeiros de nossos dias.

O profeta Isaías predisse o trabalho de Cristo da seguinte forma em 53:5-6 (um texto que Pedro aplicou a Cristãos em 1 Pedro 2:24):

Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados. Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.

A bênção do perdão e a bênção da cura física foram conquistadas por Cristo quando ele morreu por nós na cruz. E todos aqueles que dão suas vidas a ele terão esses benefícios. Mas quando? Essa é a questão presente. Quando seremos curados? Quando nossos corpos não serão mais escravos da decadência?

O ministério de Jesus foi um ministério de cura e perdão. Ele disse aos discípulos de João Batista: “Vão e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos vêm, os aleijados andam, os que têm lepra são curados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres; e abençoado é aquele que não se sente ofendido por mim.” (Mateus 11:4-6).¹ Ofensa? Por que alguém se sentiria ofendido por outro que ressuscita os mortos e introduz o reino por tanto tempo esperado? Fácil – ele rescuscitou apenas umas três pessoas. Ele deixou centenas nos túmulos ao redor dele. Por quê? Porque nem todos tinham fé? Oh não! Quando Jesus ressuscitou o filho da viúva em Lucas 7:13-14, ela não o conhecia. Não foi por causa de sua fé. Apenas é dito: “Ele teve compaixão dela.” E então? Ele não se compadecia de todos os outros consternados em Israel?

A resposta do por que Jesus não ressuscitou todos os mortos é que, contrário às expectativas dos judeus, a primeira vinda do Messias não era a consumação e completa redenção desta era caída. A primeira vinda foi, na verdade, para conquistar essa consumação, ilustrar seu caráter e trazer um antegosto dela para seu povo. Logo, Jesus ressuscitou alguns dos mortos para ilustrar que ele tem esse poder e um dia virá novamente e o exercerá para todo seu povo. E ele curou os doentes para ilustrar que assim será em seu reino final. Não haverá mais choro ou dor.

Mas nós temos um antegosto da nossa redenção agora nesta era. Os benefícios conquistados na cruz podem ser usufruídos de certa maneira mesmo agora, incluindo cura. Deus pode curar e cura os doentes agora em resposta às nossas orações. Mas não sempre. As pessoas dos nossos dias que são obsecadas por milagres dos nossos dias, que garantem que Jesus quer você bem agora e empilham culpa sobre culpa nas costas do povo de Deus afirmando que a única coisa entre eles e a cura é a falta de fé, têm falhado em entender a natureza dos propósitos de Deus nesta era caída. Eles têm minimizado a profundidade do pecado e a crucialidade da disciplina purificadora de Deus e o valor da fé através do sofrimento. Eles são culpados por tentar forçar nesta era o que Deus reservou para a próxima.

Note a sequência de pensamento em Romanos 8:23-24: “Nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa esperança fomos salvos.” Porque Cristo conquistou a redenção, os crente já receberam o Espírito Santo. Isso é como um pagamento antecipado da nossa completa redenção, mas é apenas os primeiros frutos, um antegosto. E quando Paulo enfatiza que nós, mesmo nós, que temos o Espírito gememos esperando a redenção dos nossos corpos, você pode dizer que ele está alertando contra a falsa inferência de que porque nós fomos salvos, logo nosso gemido em corpos decaídos acabou. Então, ele continua no versículo 24, “Pois nessa esperança fomos salvos.” Nossa salvação não está concluída, está apenas iniciada. Nós somos salvos apenas em esperança. Isso é verdade moralmente; Paulo diz em Gálatas 5:5, “Pois é mediante o Espírito que nós aguardamos pela fé a justiça, que é a nossa esperança.” E é verdade fisicamente; Nós esperamos a redenção dos nossos corpos. Cristo conquistou essa redenção e demosntrou sua realidade física em seu ministério de cura e tem nos dado um antegosto dela curando muitas pessoas em nossos dias, mas algumas bem devagar, outras apenas parcialmente, e outras não curando. Essa é minha terceira afirmação.

4. Deus Controla Todo Sofrimento Para o Bem de Seu Povo

O quarto ponto é que Deus tem o controle de quem fica doente e quem fica bem, e todas as suas decisões são para o bem de seus filhos, mesmo se elas forem muito dolorosas e duradouras. Foi Deus quem sujeitou a criação à futilidade e corrupção, e é ele quem pode libertá-la. Em Exôdus 4:11, quando Moisés recusou ir falar com o Faraó, Deus disse a ele, “Quem deu boca ao homem? Quem o fez surdo ou mudo? Quem lhe concede vista ou torna cego? Não sou eu, o Senhor?” Por trás de toda doença está finalmente a mão soberana de Deus. Deus fala em Deuteronômio 32:39, “Vejam agora que eu sou o único, eu mesmo. Não há Deus além de mim. Faço morrer e faço viver, feri e curarei, e ninguém é capaz de livrar-se da minha mão.”

Mas e Satanás? Não é ele o grande inimigo da nossa integridade? Ele náo nos ataca moralmente e fisicamente? Não foi Satanás que tormentou Jó? Sim, foi. Mas Satanás não tem nenhum poder além daquele que é dado por Deus a ele. Ele é um inimigo acorrentado. De fato, para o escritor do livro de Jó não estava errado dizer que as feridas afligidas por Satanás foram enviadas por Deus. Por exemplo, em Jó 2:7 nós lemos, “Saiu, pois, Satanás da presença do Senhor e afligiu Jó com feridas terríveis, da sola dos pés ao alto da cabeça.” Depois quando sua mulher o diz para amaldiçoar Deus e morrer, Jó diz “Aceitaremos o bem dado por Deus, e não o mal?” E se pensarmos que Jó errou ao atribuir a Deus suas feridas afligidas por Satanás, o autor acrescenta no versículo 10, “Em tudo isso Jó não pecou com seus lábios.” Em outras palavras, não é pecado reconhecer a mão soberana de Deus mesmo por trás de uma doença da qual Satanás seja o causador mais imediato.

Satanás pode ser astuto mas em algumas coisas ele é burro, porque ele não vê que todas as suas tentativas de afligir os santos são simplesmente transformadas pela providência divina em ocasiões para purificação e fortalecimento da fé. O objetivo de Deus para seu povo nesta era não é primariamente livrá-los de donças e dor, mas lavar-nos de todo vestígio de pecado e fazer com que, em nossa fraqueza, apeguemo-nos a ele como nossa única esperança.

Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho… Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade. Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados. (Hebreus 12:5,6,10,11)

Toda aflição que vem aos filhos de Deus, através de perseguição ou doença, é pretendida por Deus para aumentar nossa santidade fazendo-nos confiar mais no Deus que ressuscita os mortos (2 Coríntios 1:9). Se tivermos raiva de Deus por nossas doenças estaremos rejeitando seu amor. Pois é sempre em amor que ele disciplina seus filhos. É para o nosso bem e nós devemos buscar aprender valiosas lições de fé através disso. Então diremos com o salmista, “Foi bom para mim ter sido castigado, para que aprendesse os teus decretos… Sei, Senhor, que as tuas ordenanças são justas, e que por tua fidelidade me castigaste” (Salmos 119:71, 75). Esta é minha quarta afirmação: Em última instância Deus controla quem fica doente e quem é curado e todas as suas decisões são para o bem de seus filhos, mesmo que a dor seja grande e a doença seja longa. Pois como diz o último versículo de nosso texto, Romanos 8:28, “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.”

5. Nós Deveríamos Orar Por um Poder que Cura e Uma Graça Que Sustenta

A quinta afirmação é que, portanto, deveríamos orar para Deus curar e para fortalecer nossa fé enquanto não formos curados. É aceitável que um filho peça ao pai por alívio durante um problema. E é aceitável que um Pai amoroso dê ao seu filho apenas o que for melhor. E é isso que ele sempre faz: às vezes curando agora, às vezes não. Mas sempre, sempre o que é melhor para nós.

Mas, às vezes, se é melhor para nós não sermos curados na hora, como sabermos o que orar? Como sabermos quando parar de pedir por cura e apenas pedir por graça para confiar em sua bondade? Paulo enfrentou esse mesmo problema em sua jornada. Vemos em 2 Coríntios 12:7-10 que Paulo, não diferente de Jó, recebeu um espinho na carne que ele chamou de “mensageiro de Satanás.” Não sabemos que tipo de dor ou doença era, mas ele diz que orou três vezes para ver-se livre dele. Mas então Deus lhe deu a certeza que apesar de não curá-lo, ainda sua graça seria suficiente e seu poder seria manifestado não na cura mas no fiel serviço de Paulo através do sofrimento.

Em nosso texto de Romanos 8:26-27 creio que Paulo trata da mesma questão: Enquanto aguardamos pela redenção dos nossos corpos “o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.” Às vezes tudo que podemos fazer é suplicar por ajuda porque não sabemos de que forma a ajuda virá. O Espírito de Deus pega nossas expressões falhas e incertas e as traz diante de Deus de uma forma que está de acordo com as intenções de Deus. E Deus responde graciosamente e supre nossas necessidades. Nem sempre como esperávamos a princípio, mas sempre para o nosso bem.

Então não nos orgulhemos e fiquemos distantes de Deus, estóicos, colhendo o que destino trouxer. Ao contrário, corramos ao nosso Pai em oração e súplicas em tempo de necessidade. Essa é minha quinta afirmação.

6. Devemos Sempre Confiar no Poder e Na Bondade de Deus

Finalmente, nós devemos sempre confiar no amor e poder de Deus, mesmo na hora mais escura do sofrimento. O que mais me angustia em relação àqueles que dizem que cristãos devem sempre ser milagrosamente curados é que eles dão a impressão de que a qualidade da fé só pode ser medida pelo acontecimento de um milagre de cura física, quando na maior parte do Novo Testamento você tem a impressão de que a qualidade da nossa fé é refletida na alegria e confiança que mantemos em Deus durante o sofrimento.

O grande capítulo de fé na Bíblia é Hebreus 11. Ele começa, “fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos”. O que, frequentemente, não se nota nesse capítulo, contudo, são os oito versículos finais onde nós temos a imagem balanceada da fé como aquela que espera em Deus pelo resgate do sofrimento, e aquela que espera em Deus por paz e esperança no sofrimento. Versículo 33-35a: “pela fé conquistaram reinos, praticaram a justiça, alcançaram o cumprimento de promessas, fecharam a boca de leõs, apagaram o poder do fogo e escaparam do fio da espada; da fraqueza tiraram força, tornaram-se poderosos na batalha e puseram em fuga exércitos estrangeiros. Houve mulheres que, pela ressurreição, tiveram de volta os seus mortos.” Agora se nós parássemos de ler aqui nossa idéia de como a qualidade da fé é manifestada seria muito distorcida, porque aqui parece que a fé sempre vence nesta vida. Mas aqui ocorre uma virada e nós descobrimos que a fé também o poder para perdermos nossa vida: “Pela fé…uns foram torturados e recusaram ser libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior; outros enfrentaram zombaria e açoites; outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas. Todos estes receberam bom testemunho por meio da fé.”

A glória de Deus é manifestada quando ele cura e quando ele dá um doce espírito de esperança e paz à pessoa que ele não cura, pois isso, também, é um milagre da graça! Oh, que sejamos um povo do qual Deus está frequentemente curando as doenças, mas está sempre enchendo de alegria e paz enquanto as doenças permanecem. Se formos um povo humilde, como crianças, que suplica a Deus na necessidade e confia em suas promessas, o Espírito Santo nos ajudará e Deus abençoará nossa igreja com todas as bênçãos possíveis. Ele agirá, como diz o texto, em todas as coisas para o nosso bem.

Essa é, resumidamente, a minha teologia da doença. Primeiro, nessa era toda a criação, incluindo nossos corpos, foram submetidos à inutilidade e escravizados na decadência. Segundo, aproxima-se uma nova era quando todos os que perseverarem na fé até o fim serão libertados de toda dor e doença. Terceiro, Jesus Cristo veio e morreu para conquistar nossa redenção, demostrar seu caráter físico e espiritual e nos dar um antegosto dela, agora. Quarto, Deus controla quem fica doente e quem fica bem, e todas as duas decisões são para o bem de seus filhos mesmo que sejam dolorosas. Quinto, nós deveríamos orar pela ajuda de Deus para nos curar e para fortalecer nossa fé enquanto não formos curados, e devemos depender da intercessão do Espírito Santo quando nós não sabemos o que orar. Finalmente, nós devemos sempre confiar no poder e amor de Deus, mesmo na hora mais escura do nosso sofrimento.

Oh, que sejamos uma assembléia de santos que ecoa, do fundo dos nossos corações, a fé de Joni Eareckson depois de uma longa luta com paralisia e depressão. Ela escreveu no fim de seu livro: “A garota que tornou-se emocionalmente perturbada, e hesitou a cada nova circunstância agora está crescida, uma mulher que aprendeu a confiar na soberania de Deus” (Joni, p. 190).




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¹ Todos os versículos desse texto, que não possuem referência, foram extraídos da versão bíblica NVI. Os versículos de Mateus 11:4-6 foram traduzidos diretamente da versão bíblica utilizada pelo autor no texto original.



Por John Piper